Narrativas Contra de Coletivos em Belém e Berlim para a Conferência do Clima (COP30) na Amazônia
Representantes de coletivos de Belém do Pará (Brasil) e Berlim (Alemanha) se reúnem para compartilhar seus conhecimentos e experiências na luta por justiça climática e ambiental. Através de imagens, vídeos, registros visuais e outras formas de contação de histórias, eles buscam fortalecer suas práticas coletivas em comunicação, arte, jornalismo e pesquisa crítica. Ancorados em metodologias decoloniais, feministas e colaborativas, esses intercâmbios fazem parte de sua preparação para a COP30 – a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que ocorrerá na Amazônia brasileira, na cidade de Belém, em novembro de 2025. Juntos, eles criarão ferramentas culturais que desafiem narrativas dominantes.
O projeto é conceitualizado e coordenado pela artista visual Barbara Marcel e pela jornalista transmídia Camila Nobrega, ambas do Brasil e baseadas entre o Brasil e a Alemanha. Territórios do Conhecimento é desenvolvido como uma co-colaboração com a Spore Initiative. Está enraizado em uma viagem de pesquisa a Belém do Pará em 2024 e em intercâmbios contínuos com vários grupos e iniciativas locais engajados em justiça eco-social. A edição de 2025 do projeto emerge de um diálogo próximo entre grupos em Belém e em Berlim, a Spore Initiative e as colaboradoras Marcel e Nobrega, que continuam a facilitar o projeto.
Os coletivos participantes e seus representantes são: Waleska Queiroz (COP das Baixadas – Belém, Pará, Brasil), Isabelle Maciel (Tapajós de Fato – Santarém, Pará, Brasil), Aline Silva (MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – Parauapebas, Pará, Brasil); Annabelle Detmeter (Debt for Climate, Berlim – Alemanha), Ruby Russel (Unbias the News, Berlim, Alemanha) e Nicky Böhm (Refuge Worldwide Radio, Berlim, Alemanha).


TERRITÓRIOS DO CONHECIMENTO cria um espaço situado para troca e aprendizado mútuo. Reúne comunicadores ativistas, documentaristas e jornalistas transmídia e artistas engajadas em práticas coletivas em Belém (Brasil) e Berlim (Alemanha). Todas/Todes participantes estão envolvidas em movimentos de justiça social e ambiental de diferentes maneiras. Juntos, desenvolverão ferramentas e processos para examinar criticamente o discurso e a imagem hegemônicos, enquanto produzem e circulam narrativas diversas de vozes marginalizadas.
O processo se baseia em pedagogias decoloniais, metodologias feministas e práticas de mídia comunitária. As discussões se concentrarão na produção de contra-narrativas, comunicação de base, materiais audiovisuais e jornalismo. A troca multilíngue e a tradução serão centrais para o projeto, garantindo que os materiais e processos sejam acessíveis entre barreiras linguísticas. Protocolos éticos serão co-desenvolvidos com os grupos participantes para garantir consentimento.

O projeto visa construir uma ponte entre Belém—onde a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP 30) acontecerá em novembro de 2025—e Berlim, que sediou a primeira COP (COP-1) em 1995. Combina práticas culturais e artísticas coletivas, jornalismo investigativo transmídia e estratégias ativistas para se envolver criticamente com narrativas colonialistas e desenvolvimentistas sobre a Amazônia brasileira, bem como discursos sobre mudanças climáticas em escala global.
As participantes representam diversas origens nos campos do ativismo, comunicação e arte. Através do aprendizado e da troca coletivos, eles buscarão desafiar perspectivas dominantes sobre a Amazônia e os papéis históricos das conferências da COP. Os principais pontos de partida para as discussões incluirão tópicos como capitalismo verde e a financeirização da natureza. O projeto também destaca as barreiras estruturais que frequentemente impedem que ativistas e comunidades locais—que protegem a diversidade biocultural da Amazônia—tenham igual acesso aos debates ambientais no Norte Global.
Portanto, os resultados do projeto serão compartilhados por meio de eventos públicos em Belém e Berlim, além de redes de base, plataformas de mídia alternativa e espaços comunitários, priorizando acessibilidade e impacto em vez de visibilidade. O projeto Territórios do Conhecimento será formado pela colaboração de grupos representantes com um compromisso de longo prazo com a justiça social, territorial e ecológica. Os grupos participantes são COP das Baixadas, Tapajós de Fato, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Refuge Worldwide Radio, Unbias the News e Debt for Climate. Os grupos foram convidados como parte de um processo relacional baseado em intercâmbio contínuo e recomendações locais.




